Quarta-feira, 29 de Julho de 2009

"O Meu Novo Mundo" por M.r.M. - Continuação

Olá...

Ainda se lembram daquele prefácio espectacular que deixou os leitores do blog completamente tolos de curiosidade? Bom, hoje trago-vos a tão esperada continuação...

Esperemos que gostem e não tenham medo de comentar!

Comentem para aí, pois os nossos escritores gostam tanto de ver as suas histórias todas preenchidinhas de comentários vossos!

 

 

 
 
1. Lembrança
 

- Mãe, onde vamos? - Perguntei. Não era a primeira vez que tinha feito esta pergunta e, pelo andar da carruagem, não seria a última.

- Tem calma, Sophie, estamos quase a chegar. - Respondeu a minha mãe.

A sua pele reflectia a luz da lua. Na sua cara esquelética estava estampado a tristeza e, eu quase podia jurar que eram lágrimas que rodavam os seus olhos castanhos mas, e como sempre, os seus óculos não me o deixavam comprovar. A verdade é que a minha mãe sempre tentava ser forte, mesmo que o mundo estivesse a desabar à sua frente. Aprendeu a viver assim… desde que o meu pai morreu assassinado à porta de casa.

Mas com o tempo eu comecei a compreender melhor cada estado de espírito dela, por exemplo se ela mordia o lábio inferior, tal como estava a fazer então, era sinal que ela já se encontrava no ponto de rotura e precisava de chorar e partir coisas. - Estamos quase a chegar, minha fofinha! Tudo vai estar bem.

- Mãe, o que é que se passa? - A velocidade do carro continuava a aumentar, bem como o meu medo. - Importas-te de abrandar? 

- Desculpa, mas não! Estamos atrasadas e, se não chegarmos a tempo, podemos nunca mais ter outra oportunidade. - Ela realmente parecia preocupada. Lá fora tudo passava a correr. A minha mãe devia estar mesmo com muita pressa, pois não parou um segundo de acelerar na nossa velha carrinha. Não havia mais ninguém a conduzir pela estrada fora. Só nós e a imensidão.

Há chegada da velha quinta do falecido Sr. Manuel a minha mãe começou a abrandar. Virou na direcção da quinta e parou a carrinha mesmo em frente da grande porta de madeira vermelha.

- Bem é aqui! - Disse enquanto tirava o cinto. - É melhor nos despacharmos!

Também tirei o meu cinto e esperei até estarmos do lado de fora da carrinha para lhe fazer a questão que estava a perturbar a minha cabeça. - O que é que nós estamos a fazer aqui? - A quinta do Sr. Manuel estava abandonada há bastante tempo e estava a degradar-se a cada minuto que passava.

- Primeiro, tens de me prometer que não vais desatar a correr quando entrarmos ali dentro.

- O que é que há lá dentro?

- Promete. - A verdade é que sempre que a louca da minha mãe me fazia prometer algo eu arrependia-me logo no mesmo momento.

- Ok, eu prometo.

- Ok, então agora tens de me prometer que vais manter a mente aberta.

- Mãe! Eu não s…

- Tens de me garantir! - Basicamente a minha mãe estava-me a obrigar a prometer… como se isso contasse como uma verdadeira promessa.

- Eu prometo e garanto-te tudo! Agora podemos despachar isto? É que está frio aqui.

 Nós dirigimo-nos para a grande porta e, para minha grande surpresa, a minha mãe usou uma chave verde, com uma pequena pedra azul na ponta, para a abrir.

- Como é que tens uma chave da quinta? - Procurei saber. Tudo parecia muito, muito estranho.

Ela não me respondeu, nem sequer olhou para mim. Apenas continuou a abrir o grande portão vermelho.

Conforme a porta se abriu, com rangeres e outros barulhos á mistura, vi uma luz muito forte, forte de mais para uma fazenda tão velha. E então…

 

                - E então vieste para aqui! - Disse Kellan. A verdade é que ele já conhecia a minha história de traz para a frente, mas eu nunca a contaria se não fossem as outras pessoas a me perguntar.

                - Wow. - Foi a única resposta que o miúdo novo me deu. Depois disto deu meia volta e foi-se embora, provavelmente contente por ter uma história onde basear a sua.

                - Tu nunca te cansas de ser simpática? - Perguntou o Kellan, num tom de gozo. Para ele o facto de eu tentar ser simpática com todos era esquisito, pois segundo a religião dele nós devíamos dizer o que sentíamos, podendo isso ser bom ou mau. (Ainda bem que ele só disse coisas boas de mim… foi bom para o meu ego!)

Começamos a andar para a grande sala onde todos os alunos do primeiro ano, tal como eu, iriam receber os horários, livros e uma pequena palestra sobre os diversos caminhos dentro da grande escola.

                - Bem, a verdade é que eu estou em minoria aqui, por isso…

                - Hahah, é verdade! Não existem muitos humanos sem qualquer tipo de poder por aí.

                - É verdade. - Sussurrei apenas para eu ouvir. - Temos que nos despachar! - Disse para Kellan.

 

                Quando chegamos à grande sala de “reuniões”, esta encontrava-se cheia de pessoas, pessoas de mais para os meus nervos aguentarem.

                Antes de entrarmos nela, eu agradeci ao Kellan pelos dois meses que tinha aguentado as minhas perguntas sobre tudo e todos. - Não era fácil, para nenhum de nós, a minha situação de ignorância sobre este universo.

                - Não precisas de agradecer! - Disse, sorrindo para mim. Com um sorriso capaz de descongelar mesmo o coração mais frio existente na face da Terra. Colocou uma mão nas minhas costas e impeliu-me para dentro da grande sala. - Vamos, medricas! - Eu ia refilar, mas ele não tomou nem um pouco de atenção.

Lá dentro, tudo parecia colossal. Gigantesco!

As paredes da sala eram constituídas por vários tipos de pedras onde por vezes, no local de contacto entre elas, estavam pequenos agrupamentos de musgo com umas flores muito pequeninas e brancas. Existiam pequenas fitas douradas a voar junto às paredes - o que lhes dava um ar menos sombrio.

No chão, existiam enormes mesas rectangulares, com pequenas folhas flutuantes sobre elas, que eram acompanhadas por enormes bancos, castanhos, e que estavam sobre uns quadrados simétricos de rocha. 

O tecto da sala era uma sequência de uma caminhada feita por um velho senhor de barbas azuis, com olhos a condizer, careca e com duas pequenas asas brancas nas costas. Segundo o que dava para compreender do desenho o homem descobriu esta escola quase como eu, a partir de uma quinta velha muito parecida à minha, mas, definitivamente, não era mesma. Depois descobriu um poder relacionado com a magia e defendeu a escola com outros guerreiros. A pintura acabava mesmo por cima de um pequeno palco - pequeno mesmo, apenas com um degrau de diferença do chão - com uma frase “to be continued”. (Tradução: Continua)

- Quem é ele? - Perguntei ao Kellan. Apontando com o dedo indicador para cima. A verdade é que o facto de tudo neste mundo ser um mistério para mim já me começava a irritar um pouco. Era quase como ir para um exame e nunca ter ido a uma aula nem nunca ter estudado para ele. Sabia o que se podia considerar como cultura geral, o que os humanos normais deveriam saber sobre o mundo mágico.

                Ele levou a mão ao seu cabelo loiro e disse:

                - Aquele… Aquele é o meu pai! O Sr. Lincoln.

Eu fixei o meu olhar na cara dele. Eram tão diferentes.

                - A sério? É que vocês são tão diferentes. - Fiz um ligeiro sorriso, tentando me desculpar pelo meu comentário infeliz.

O homem da pintura era um senhor baseado no tom azul e a sua cara era grande com um nariz pontiagudo, ligeiramente levantado para cima. As orelhas do senhor foram ficando pontiagudas ao longo do tecto. Enquanto o Kellan era um rapaz alto, cerca de 1,85 m de altura, com um corpo musculado e com uma linda cara com umas lindas bochechas. Os seus olhos eram verdes e o nariz era pequeno e direito. Já para não falar que tinha um cabelo lindo, loiro como o sol e encaracolado.

                - Ele não é o meu pai biológico. Foi ele quem me trouxe para aqui, foi ele que me ensinou as bases sobre a escola.

                - Oh, desculpa não sabia. - Desviei o olhar da cara dele.

                - Como sempre! - Deu um riso sonoro, e eu comecei a sentir as bochechas e as orelhas ficarem quentes.

                Esperei o meu fervor diminuir, para assim poder organizar as perguntas que iria fazer.

                - Então… o que é que ele fez para poder estar retratado lá em cima?

                O Kellan começou a sussurrar. - Ele desenvolveu cada uma das técnicas estudadas nesta escola. Todas elas! Já para não falar que ele actualmente é o director e a vida desta escola.

                - A vida?
 
 

Continua...

 

publicado por Diana às 14:37

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De Priscila a 31 de Julho de 2009 às 21:03
Acho que a história está a tomar um rumo interessante mas imprevisivel. A unica coisa que tenho a apontar é que me pareceu que o inicio do diálogo com o Kellan e com o outro rapaz está algo esquisito mas não consigo explicar ao certo o que é. Parece que queres dizer muita coisa ao mesmo tempo, é algo a rever se concordares.

Quero ver a continuação ;)

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