Quinta-feira, 9 de Julho de 2009

"Emort" - Continuação

Olá...

Aqui vai mais um pouco da minha história... Para quem está curioso a cerca do Will, este excerto pára precisamente antes de começar a descrevê-lo fisicamente... Terão que "sofrer" mais um pouco! xD

Não se esqueçam das outras histórias deste blog!

 

 

Capítulo II

Primeiro Olhar

 

Estava tudo desfeito em mil pedaços, não se aproveitava um único pedaço de parede que fosse. À medida que olhava à minha volta, ia-me apercebendo do que acabara de acontecer, ainda mais grave e mais horrível do que imaginara. Todos os robôs que tinha estado a observar, jaziam agora nos destroços, desligados, inactivos, destruídos – mortos!

Aquele quadro colorido do qual anteriormente me destacava por ser tão… cinzenta, agora condizia perfeitamente comigo, agora sim, infelizmente, enquadrava-me bem nele. Estava tudo cinzento e poeirento, a cor extinguira-se por completo, levando toda a alegria e toda paz consigo, o cinzento chegara, para ficar, e consigo trazia a tristeza e dor, e muito, muito sangue derramado. Senti um nó terrível na boca do estômago, parecia que uma bola enorme estava prestes a subir-me pela garganta ao sentir aquele cheiro a sangue fresco e, principalmente, inocente ali, derramado a toda a minha volta.

Ao abrir os olhos – escuridão! Não estava com medo pois rapidamente lembrei-me que estava completamente segura e protegida debaixo do corpo acolhedor de Will.

- Estás bem? – perguntou-me preocupado.

- Hum, sim, só… tive um pesadelo… um pesadelo horrível! Já passou… - menti-lhe.

Não tinha passado nada, pois aos poucos comecei a regressar à realidade e a aperceber-me da situação em que me encontrava. Ainda não sabia o que esperar, ainda não tinha visto o cenário do pós – guerra. Agora, tudo se encontrava em silêncio e sossegado, fora daquele que parecia ser um forte, um refúgio de segurança, uma sala de pânico.

Será que já tinha acabado? Tudo estava demasiado sossegado lá fora, o sossego era mau numa situação destas, pois indicava que o perigo estava à nossa espera. À espera de que saíssemos, plenamente confiantes no sossego e no término da guerra, e quando nos tivesse no seu alvo, atacaria, eliminando as duas últimas vítimas deste tenebroso e misterioso ataque.

Ali envolvida nos braços de Will, em plena escuridão, podia pensar e imaginar as coisas mais horríveis dentro e fora deste mundo, que não tinha qualquer medo em pensar nelas. Ainda permanecia incógnita a razão que me levava a sentir assim, sempre que o seu toque avassalador me atingia ou que o seu respirar me enfeitiçava. Tudo nele punha-me fora de mim.

Ele remexeu-se e suspirou, atingindo-me novamente com o seu respirar perfumado e cativante. Devia ter adormecido outra vez.

Por um lado, queria sair dali para descobrir o que se tinha passado lá fora, queria pôr-me a par da situação, queria saber o que tinha acontecido ali exactamente e saber a razão porque alguém tinha atacado a pacata vila de Naperville. Mas por outro, tinha medo de me descolar um milímetro que fosse do corpo de Will. Não queria separar-me dele, pois era a minha peça de puzzle, que há muito procurava. Era estranho sentir uma dependência por ele assim tão forte, pois ainda nem sequer lhe tinha visto a cara.

Não o amava. Era impossível amar alguém desconhecido, tão desconhecido ao ponto de não conhecer a sua aparência física, mas sentia algo que me deixava fora de mim. Ali, literalmente colada a ele, sentia o meu coração a latejar, principalmente sempre que ele se mexia ou respirava. Pensasse o que pensasse, amor ou não, só de uma coisa tinha a certeza absoluta – se me separassem dele… morria! Morria mesmo, pois estariam a tirar-me uma parte de mim, ou melhor uma metade – a minha outra metade!

Agora que Will dormia profundamente, atrevi-me a retirar uma das mãos da sua cintura e a deixá-la explorar a escuridão. Fazia-o muito devagar, pois não queria atingi-lo e assustá-lo. A minha mão andou, andou até tocar em algo. Era o queixo de Will.

Comecei a desenhar o seu rosto com os meus dedos – era perfeito! As linhas dos maxilares bem definidas, a pele suave como a neve, e quente… Quente e acolhedora. Cheguei aos seus lábios – eram carnudos, tal como os meus, mas a sua boca era bastante pequena, como se estivesse sempre pronta a dar um beijo. O seu nariz apresentava um tamanho normal, redondo na ponta. Entusiasmada por estar a tocar num anjo, cheguei-lhe aos olhos com demasiada violência, o que fez com que ele acordasse num sobressalto.

- Ah, desculpa… Foi sem querer, como está muito esc… - não pude terminar a frase atrapalhada, pois o seu indicador pousou suavemente nos meus lábios, fechando-os.

- Não te preocupes… – sussurrou-me muito carinhosamente ao ouvido enquanto soltava um sorriso tímido.

Outro arrepio percorreu-me o corpo, e, naquele silêncio de morte, não seria estranho ouvir o meu coração palpitar tanto como se fosse rebentar a qualquer momento.

- Bem, o que dizes de sairmos daqui? Tu sabes, ver o que se passa… Temos que analisar a gravidade da situação! – voltei a mim imediatamente.

O quê? Sair? Será que ele não gostava tanto quanto eu de estarmos ali colados e seguros?

- Vamos? – perguntou-me hesitante.

Suspirei numa de derrota e insatisfação.

- Vamos! – exclamei aborrecida.

Era um espaço muito apertado, aquele armário de metal. Portanto, a tarefa de Will se descolar de mim e de empurrar com toda a força as portas do pequeno armário, não foi mesmo nada fácil. Tentou duas vezes, sem resultado. À terceira deu impulso tão grande, que quando as portas finalmente abriram-se, ele caiu de rompante lá fora e uns destroços caíram por cima dele.

- Will! – gritei desesperada reparando que ele não se movia.

Saltei imediatamente para fora do armário e lutei para libertá-lo dos destroços. Estava tão concentrada e desesperada que nem deixei os meus olhos ofuscarem-se pela claridade intensa.

Os destroços que caíram por cima de Will, não eram pesados, mas eram em grande quantidade e alguns muito afiados. Cada vez mais me envolvia pelo pânico e pela ansiedade. Parecia de propósito – primeiro, o pouco tempo que passara com ele, tinha sido estranho pois foi tudo às escuras, segundo, quando finalmente tinha luz para o poder contemplar pela primeira vez, um milhão de destroços caíram-lhe em cima e impediam-me de ver o seu rosto. A minha sorte era sempre a mesma.

Quando finalmente vi os braços de Will a erguerem-se para me ajudar a libertá-lo, senti um alívio quase impossível de explicar, pois ele tinha despertado, o que significava que estava bem.

- Uf! Finalmente! – exclamou enquanto sacudia as últimas poeiras da cara.

Estaria a sonhar? Sim! Só podia… não podia ser real, nada nele podia ser real. Mas não queria acordar, não sem primeiro contemplar bem o seu rosto.

 

 

Continua...

 

publicado por Diana às 20:05

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De Pink a 13 de Julho de 2009 às 23:12
Esqueci-me de dizer que...

...esta ansiedade de saber como e' que e' o "bom" do Will está...

... Killing me sofly...

: D
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De
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